Titanis é o nome do caminhão especialmente desenvolvido pela MAN Latin America (montadora alemã que adquiriu a divisão de caminhões da Volkswagen em 2008, mas continua a usar a mesma marca) para o nicho de transporte de cargas de alto valor que por ser, assim como todos nós, vítimas da escalada crescente da violência, sofre com os roubos constantes.
Titanis já é considerado o maior caminhão do mercado nesse segmento e foi produzido em parceria com a Protege, empresa muito conhecida no mercado de transporte de dinheiro em carros-fortes. A grande vantagem do Titanis é o seu chassi projetado para permitir que o caminhão receba blindagem, lhe conferido assim garantia de fábrica. Antes do Titanis, os caminhões que recebiam blindagem acabavam perdendo a garantia, uma vez que o trabalho era feito por terceiros que não possuem o aval da montadora.
O valor do Titanis (que tem capacidade para receber 28 mil kg de carga) sem blindagem é de R$325 mil e o serviço de blindagem é estimado entre R$100 mil e R$300 mil. Cabine e carroceria são blindadas pela MIB Blindados, outra empresa parceira da MAN Latin America.
Para Mario Baptista de Oliveira, diretor executivo da Protege, as principais vantagens estão no fato de que os caminhões blindados não precisam de escolta e podem transportar até R$20 milhões em mercadorias, contra apenas R$2 milhões dos caminhões sem blindagem.
Atualmente o Titanis está sendo vendido apenas para a Protege que só nos quatro primeiros meses desse ano comprou 120 chassis para carros-fortes e caminhões usados no transporte de eletroeletrônicos e produtos farmacêuticos, dois dos alvos prediletos dos ladrões.
A ideia da MAN Latin America é exportar o Titanis e tentar chegar a um total de 300 unidades vendidas, distantes de outras épocas nas quais as demandas chegavam a até 500 unidades em um segmento no qual a MAN detém 60%.
De acordo com a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), os prejuízos com o roubo de cargas no Brasil entre 2011 e 2016 chegaram a R$6,1 bilhões e os estados com maior ocorrência de roubos são Rio de Janeiro e São Paulo.