Comprados em 2014 pela Polícia Militar de São Paulo, devem chegar ao País a partir de março, 14 veículos blindados de origem Israelense. Esses veículos deveriam ter chegado antes da copa do mundo, mas a entrega atrasou por conta do demorado processo de licitação internacional. Duas empresas venceram a licitação e agora trabalham na conclusão de adaptações solicitadas pela PM.
Esses veículos serão usados pelo Comando de Policiamento de Choque e deverão estar nas ruas a partir do próximo mês de junho. Os veículos estão divididos em três modelos, sendo que um deles é capaz de lançar jatos de água, tinta e gás lacrimogêneo a uma distância de até 60 metros. De acordo com o porta-voz da PM, Capitão Sérgio Marques, os veículos serão usados para o “restabelecimento da ordem pública”. Segundo ele, “manifestação é um direito garantido a todos, o problema é quando se torna um grupo de pessoas reunidas com intenções violentas”. Dentre os 14 veículos, 4 possuem canhão de água e o custo deles foi de R$7,6 milhões.
Os dez veículos restantes serão para o transporte de policiais, sendo, seis de grande porte (no valor total de R$22 milhões) carregarão até 24 policiais e quatro de pequeno porte (no valor total de R$5,6 milhões) para oito policiais. As empresas fornecedoras são: Hatehof Industries (Brand Group) Ltd. e Plasan Sasa Ltd. Ainda de acordo com o Capitão Marques, a utilização desses veículos não possui caráter ofensivo, mas sim defensivo, visto que servirão para a proteção de policiais que trabalham em situações de risco”.
Mesmo que ideia da compra efetiva dos blindados tenha tomado maior corpo a partir dos protestos realizados em todo o Brasil em junho de 2013 (foram 679 protestos só na capital de São Paulo, com 54 PMs feridos e mais de 100 pessoas feridas), a PM faz questão de afirmar que essa era uma demanda que já existia.
Para a Defensoria Pública de São Paulo, a compra desses veículos não era necessária, uma vez que “as manifestações que acontecem no Brasil são, no geral, pacíficas, com focos pontuais de violência, que deveriam ser reprimidos também de forma pontual. Lançar jato de água ou de tinta não reprime um foco pontual de violência, mas a manifestação toda. Isso viola o direito de reunião”.
De acordo com o trabalho de monitoramento de redes sociais feito pela PM de São Paulo, 2015 pode vir a ser “um ano violento”. “Algumas pessoas que defendem ideologias antidemocráticas que já disseram que este será um ano violento, principalmente por conta do baixo crescimento do País”.